Chegar a Lisboa implica tanta coisa que só quem estuda longe de casa consegue compreender. Implica voltar à loucura de uma cidade que raramente dorme, implica ter duas casas, e consequentemente andamos sempre com as nossas tralhas para um lado para o outro, implica horas e horas de viagens em transportes públicos (que nos tiram tempo precioso de estudo, mas pelo menos a mim proporcionam-me breves horas de sono), entre tantas outras coisas...
Mas nada disto importa quando implica deixarmos a nossa família para trás.
Eu cá, e eles lá.
A primeira semana é a que custa mais, não temos a quem gritar quando o champô acaba, quando não há papel higiénico ou quando temos fome e queremos saber se ainda falta muito para ir jantar. Não temos quem vá ao quarto e nos dê as boas noites. Não temos quem nos leve o chá à cama quando estamos doentes...
As pessoas que têm a sorte de passar por isto não percebem o porquê de querermos que cheguem as sextas feiras para ir para casa, as ligações que temos ao que é nosso e de como nos sentimos quando chegamos e somos recebidos com mega sorriso.
Resta-nos pensar que este é um "sacrifício" não só por nós e pelo nosso futuro... é também para eles, que ficam de coração apertadinho cada vez que viramos costas.
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