14/02/14

Fall in Love with as many things as possible...

A verdade é que sou uma sentimentalona do pior, não o  posso é admitir muitas vezes; mas quem me conhece realmente sabe que por muito forte que tente ser, no fundo eu sou um coração de manteiga. E poder tentar ensinar o que são sentimentos aos mais pequeninos deve ter sido um dos desafios mais difíceis a que me propus na faculdade. Não só por toda a elaboração do projecto, bem como pela responsabilidade (e ansiedade) que isso me causava. Arrisquei e só posso estar grata a mim própria, e a quem acreditou que eu seria capaz e me deu oportunidade para isso.




Falar de sentimentos e emoções nunca é uma coisa fácil, ainda por cima a crianças. Temos que deixar o nosso lado adulto de lado e voltar a sonhar, todos os dias. Voltar a pensar nos sentimentos como se fossemos crianças. Voltar a ver o mundo numa outra perspectiva, em que, por muito boas ou más que sejam as nossas experiências não nos podemos deixar envolver demasiado naquilo que pensamos sobre os sentimentos. Eu, de fria e distante que consigo ser em relação aos meus próprios sentimentos, vi-me grega e troiana para tentar dar a volta a algumas situações/questões que eles ás vezes me faziam. Tive que lhes ensinar que não há problema em estarmos tristes, que estar zangado é normal e que ás vezes também nos faz bem. Que o nojo existe para que o nosso corpo 'seja fresco e fofo que nem uma alface numa horta' e que a felicidade somos nós que a construímos. Estas foram as 5 emoções básicas em que me concentrei, e que lhes tentei transmitir. No fim falá-mos do amor. Daquilo que o 'amor' representava para nós, onde é que ele existia e como é que ele tinha influência na nossa vida... Por as crianças a falar sobre estes temas é a coisa mais engraçada se sempre, e muitas vezes surpreendente. Num dos 'testes' finais que lhes tive que fazer, em prol do relatório de estágio, uma das minhas meninas disse-me que 'sentimentos eram aquelas coisas que estavam guardadas no coração, que ás vezes saiam cá para fora e que nos faziam bem' acrescentou ainda que 'era aquilo que nos fazia sentir quentinhos nos dias frios' e acho que não há outra afirmação que melhor possa descrever aquilo que realmente os sentimentos são. Não digo que saí de lá e que eles ficaram experts em sentimentos, nada disso!! Mas saí de lá com a certeza que eu, mais do que eles aprendi que aquilo a que chamamos 'amor' pode estar presente nas mais simples acções e que não há dias 'específicos' para nos lembrarmos disso mesmo. O amor está em todos os momentos em qeu sorrimos, ou choramos, pelas mais diversas razões.
A única coisa que não lhes consegui explicar foi porque é que choramos quando estamos felizes, para eles foi estranhissimo terem que lidar com essa situação, porque eu mesma, no ultimo dia que estive com eles, não me consegui conter e chorei que nem uma madalena arrependida quando eles me deram um presente de despedida. Foi a atitude deles que me comoveu. Cada vez que olho para aquele livrinho (que está na imagem) lembro-me das carinanhas deles todos felizes a darem-me o presente, e eu a chorar, e eles a olhar, como se eu fosse uma aberração qualquer. Quanto mais me perguntavam porque é que eu estava a chorar, menos eu sabia o que lhes dizer. Até que fui salva por uma alma santa, leia-se a educadora, que lhes explicou o que é que se estava a passar.

Não lhes cheguei a dizer, mas estava a chorar porque aquela foi a atitude mais genuína que alguma vez me fizeram nos meus poucos anos de vida, foi quando senti que o meu coração estava a escaldar, mesmo num dia em que o calor era insuportável. Mas este 'quentinho' era especial. Este era de puro amor.
E todos os dias penso naquele momento, e sorrio.

Tenho saudades vossas meus índios 'Amigos do Coração'.

2 comentários:

Nea* disse...

Eu adoro crianças *.*

M. disse...

E eu... oh pah, são tão genuínas <3