24/07/14

As mulheres são o ser Humano mais extraordinário à face da terra.
Pode parecer cliché mas é verdade. A história do livro de instruções, por muito ofensiva que por vezes seja, faz todo o sentido. E engana-se o Homem que acha que só nós é que nos conseguimos compreender, porque por vezes nem isso acontece. Somos hormonais de natureza, quiçá desde os primórdios. Estou mesmo a imaginar uma australopiteca a ficar toda depré quando não havia aquele belo javali de onde ela ia fazer o seu próximo casaco de peles. Ou quando o marido ia para as caçadas e não lhe dava a atenção que ela achava que merecia... Isto já para não falar da poligamia, que o ciume é um sentimento forte! Tudo isto, ainda que com uma pitada de modernidade continua a acontecer, a diferença é que agora nós conseguimos ser muito mais inconstantes e exigentes do que na altura. 

Mulher que é mulher tem o dom de se contrariar a si própria e de achar que mesmo assim está absolutamente certa. E também nos sujeitamos a situações que não são dignas da modernidade. Fascina-me a mulher que se consegue 'anular' por alguém. Eu aprendi a gostar de mim em primeiro lugar e depois sim, vir outra pessoa qualquer. É claro que toda a gente tem o seu lugar na nossa "lista-de-pessoas-altamente-prioritárias" mas ainda assim, se somos tão boas a esquematizar mil e uma coisas ao mesmo tempo, também deveríamos conseguir fazer isso no nosso campo afectivo. Não me venham dizer que o amor, nas suas várias vertentes, cega porque sinceramente eu não sei bem se consigo acreditar nisso. Sim, é bom acordar todos os dias e ver arco-iris e unicórnios. Não, não é bom acordarmos e pensarmos que a primeira coisa que nos apetece fazer é falar com alguém que já explicou que haviam determinados limites que não podiam ser ultrapassados ou quando a outra pessoa nos trata mal, mas mesmo assim continuamos a aceitar isso dando sempre a ultima e eterna oportunidade.

Nós que dizemos ser tão práticas e despachadas, que estamos sempre um passo a frente, ás vezes conseguimos estar 3 passos atrás. Se lutamos pelos nossos direitos com tanta garra, deveríamos lutar igualmente pelos nossos deveres. O dever de sermos felizes, de termos liberdade para nos assumirmos como donas do nosso próprio nariz. O dever de nos aceitarmos tal e qual como somos e acima de tudo estarmos bem com isso. Isto porque as grandes mudanças partem do nosso interior, do que vemos no espelho todos os dias ao acordar, do cabelo desgrenhado à passagem do batom que nos faz sentir mais especiais e confiantes.

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